Recife abre 16 leitos de UTI, mas precisa de mais para estabilizar taxa de ocupação

Meta da Prefeitura do Recife é chegar ao total de 334 leitos de UTI nos sete hospitais de campanha. (Foto: Andréa Rêgo Barros/PCR.)

A Prefeitura do Recife anunciou, na manhã desta segunda-feira (8), a abertura de 16 novos leitos de UTI no Hospital da Mulher do Recife (HMR). Eles foram disponibilizados no anexo hospitalar criado exclusivamente para tratar casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus. Apesar da fila de espera por uma UTI estar zerada, a gestão municipal explica que é preciso criar mais leitos, para diminuir a taxa de ocupação desses espaços e resguardar a capacidade de poder lidar com novas ondas de contágio que possam surgir no futuro.

“Nos últimos quatro dias, a gente chegou a 100 novos leitos de UTI em nossos hospitais de campanha, que tem, ao todo, 228 leitos de UTI ativos nesta segunda. Esse esforço não vai parar, porque foi esse trabalho da prefeitura, em conjunto com o governo do estado, que permitiu zerar as filas de espera de UTI em nosso estado”, afirmou o prefeito Geraldo Julio.

Os hospitais de campanha do Recife ainda precisam abrir 106 novos leitos de UTI, para que a meta de 334 seja alcançada. Eles ainda não foram abertos porque o município aguarda a chegada de 106 ventiladores pulmonares, para equipar devidamente esses novos leitos. 

“Os respiradores já foram adquiridos e estão chegando aí pelos próximos dias”, assegurou o secretário de Saúde da capital, Jaílson Correia.

Os novos leitos são necessários para diminuir a pressão sobre o sistema de saúde. 

“Apesar da fila de espera para UTI estar zerada, não é o suficiente. O estado divulgou que a taxa de ocupação desses leitos é de 96%, e isso é uma margem muito estreita para garantir a possibilidade de enfrentarmos novas ondas de crescimento de casos da Covid-19. Todos os estudos mostram que ela não é uma doença de pico único, e sim de vários, com épocas de aceleração e diminuição, até que uma vacina esteja disponível”, pondera Jaílson.

Os sete hospitais de campanha da Prefeitura do Recife somam 880 leitos ativos, sendo 652 de enfermaria e 228 de UTI. E destas UTIs, 138 estão ocupadas com pacientes. No caso específico do setor exclusivo de Covid-19 do Hospital da Mulher do Recife, ele tem 196 leitos, sendo 150 de enfermaria e 46 de UTI.

"Reabertura de alguns serviços não deve representar uma volta à normalidade", adverte o secretário de Saúde do Recife, Jaílson Correia. (Foto: Reprodução/PCR.)

Isolamento continua necessário

Em outro momento da coletiva virtual, o secretário Jaílson fez alertas para que a população não ignore a necessidade do isolamento social e de medidas de higiene, mesmo com a retomada de atividades comerciais. 

“A reabertura de alguns serviços não deve representar uma volta à normalidade. Isso é arriscado, preocupante. Por isso que é preciso ter muita cautela, para que não seja necessário, lá na frente, voltar a adotar medidas mais duras e rígidas”, advertiu.

A taxa atual de isolamento no Recife é de 38,9% - abaixo do que já chegou a ser registrado em outras semanas e muito distante dos 70%, visto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como ideal para o controle da pandemia. 

“O isolamento social continua sendo o pilar do enfrentamento à Covid-19”, salientou.

Pesquisa de soroprevalência

Por fim, Jaílson detalhou como vai funcionar a anunciada testagem domiciliar, anunciada na última sexta-feira (5). Na verdade, é uma pesquisa, junto ao governo de Pernambuco, para estimar quantas pessoas no Recife tiveram contato com o vírus. 

“Vamos até as casas sorteadas, por amostragem, nos diversos bairros da cidade. Lá, será coletado sangue, que será encaminhado a um laboratório para checar se a pessoa tem anticorpos contra a Covid-19”, discorre.

“É uma pesquisa epidemiológica, chamada tecnicamente de soroprevalência. Começará agora, em junho, e permitirá saber qual a porcentagem de recifenses que tiveram contato com o novo coronavírus. Assim, a gente vai poder pensar em medidas para toda a população, bem como saber quantas pessoas ainda estão suscetíveis à doença”, pontuou.

Da redação | PE+ Notícias
Com informações do Diario de Pernambuco