22 de mai. de 2021

Lula defende "direito de Marília" e Geraldo Júlio nega ser candidato


Nas hostes socialistas, a fórmula adotada em 2006, quando o ex-presidente Lula subiu em dois palanques em Pernambuco, o de Humberto Costa e o de Eduardo Campos, é vista como algo inviável para 2022. Uma das razões é que não se descarta a presença do secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Geraldo Julio, como candidato ao Palácio das Princesas. E tal possibilidade, dizem integrantes da sigla, inviabilizaria ainda mais uma construção similar a daquele ano. Motivo: o ex-prefeito do Recife foi o condutor da sucessão de 2020 e o mandato dele virou alvo maior das críticas feitas por Marília Arraes, então candidata à Prefeitura da Capital. Mais do que no Recife, o potencial eleitoral do PSB em Pernambuco é estratégico para preservação da hegemonia de lideranças do Estado nacionalmente no partido.

Em outras palavras, socialistas já sinalizam que o PSB "não vai aceitar que o PT repita a agressão que foi lançar candidatura contra o filho de Eduardo Campos e coloque candidatura ao Governo do Estado, sabendo que o PSB tem o protagonismo de Pernambuco como questão central". O detalhe é que em entrevista, ontem, à Rádio Folha FM 96,7, o ex-presidente Lula usou 2006 como referência ao defender o "direito de Marília Arraes de continuar sua briga".

"Ela tem direito de ter interesse, de querer disputar. Vamos na luta", argumentou e emendou: "Da mesma forma que o companheiro Humberto Costa". O líder-mor do PT sublinhou que, em 2006, "teve orgulho" de colocar Humberto e Eduardo Campos, ambos concorrendo ao Palácio das Princesas, no mesmo palanque.

Na avaliação de socialistas, feita nos bastidores, Lula faz o argumento para "valorizar o passe" rumo à aliança de 2022 e, embora acene ao PSB, também age para "não entrar abaixado" nessa composição. O PT prioriza o projeto presidencial, o PSB não abre mão de Pernambuco como variável estratégica. Pesa nessa conta ainda a avaliação de que a relação de Humberto com Eduardo Campos era diferente da de Geraldo com Marília. Geraldo, por sua vez, tem repisado que não é candidato ao Governo do Estado, a despeito de correligionários apontarem seu nome como favorito.

Por meio de nota à imprensa, o ex-prefeito do Recife assegurou o seguinte: "Eu não sou candidato a governador". E emenda: "Reafirmo essa decisão". Geraldo sublinha, na sequência, que "quem lidera a Frente Popular é o governador Paulo Câmara". E compara: "Assim como Eduardo Campos liderou a Frente Popular na sua sucessão e eu liderei na minha".

Na avaliação feita por Lula ontem, "não é por causa de divergências em um ou outro município que o PT e o PSB vão ficar de biquinho um para o outro". O PSB trabalha com a tendência de desfazer o biquinho, mas sem candidatura do PT em Pernambuco.

Na última terça, Lula falou com Marília Arraes. Ouviu que ela está "rodando o Estado". Resultado: recomendou que ela tivesse cuidado com o bebê, já que está grávida.

Comunicado a Paulo Câmara

Na nota em que registra que não é candidato ao Governo do Estado, Geraldo Julio "reafirma" que a decisão foi "comunicada pessoalmente ao governador no dia 21 de abril". O secretário de Desenvolvimento Econômico se posiciona em referência à citação a possível candidatura sua feita na coluna anteontem. E informa que o candidato da Frente Popular vai contar com seu trabalho "e a mesma dedicação que tive em 2014 e 2018".

Da redação | PE+ Notícias
Com informações do blog da Folha

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