Uma fala do padre Antônio Ivemar Pontes, da Paróquia de São Sebastião, em Bezerros, no Agreste de Pernambuco, tem gerado revolta nas redes sociais. Isso porque o religioso reclamou, durante uma missa, da presença de animais na igreja, afirmando que seria obrigado a “providenciar uma tabiquinha” e dar “uma tapinha” caso eles continuassem entrando no local.
“Se você tem cachorro, deixe em casa. Senão vou ser obrigado a providenciar uma tabiquinha e quando o cachorro chegar aqui, vou ter que dar uma tapinha nele. Aí você não vai gostar. Se eu tivesse um cachorro e outra pessoa fosse bater, eu ficaria triste. Para você não ficar triste, deixa seu cachorro em casa”, afirmou.
Ele defendeu que “igreja não é lugar de cachorro”, mas que os fiéis devem “cuidar dos animais, proteger os animais e dar alimento”.
Com a repercussão negativa da fala, que foi gravada e circulou na internet, o padre se explicou na missa do dia seguinte, dizendo que não tinha intenção de incitar a violência contra os animais.
“Eu queria pedir perdão à comunidade e aos internautas que se sentiram ofendidos com o que falei ontem a respeito dos cachorros. A minha intenção nem foi, nem é, e nem condiz com a verdade, que eu queira provocar a violência contra qualquer tipo de animal”, pontuou.
Ainda, afirmou que ele mesmo gosta e já criou bichos. “Minha mãe está aqui e é testemunha diante de Deus que eu já criei cachorros desde novinho até morrerem e chorei muito, porque a gente sempre se apega aos animais de estimação”, contou.
O vereador Anderson Correia, que se intitula "Advogado dos animais", divulgou um vídeo da celebração onde o padre falou sobre os animais e repudiou a fala do pároco.
Protetores de animais repudiam fala
O Grupo de Apoio Especial e Defesa Animal (Gaeda) de Caruaru, cidade vizinha a Bezerros, repudiou a declaração do padre. Eles apontam que orientar pessoas a não levarem os animais para a igreja pode ser uma atitude compreendida, mas que o padre não pode "defender uma punição violenta" contra os cachorros.
“Não podemos achar normal um formador de opinião discursar para seus fiéis de que é normal o uso da violência para coibir os animais na igreja. Essa fala infeliz autoriza qualquer pessoa a punir o seu animal em casa com ‘uma tabiquinha’”, declarou o Gaeda.
Da redação | PE+
Com informações do JC Online
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