15 de mar. de 2015

Michel Temer diz ser ‘impensável’ e ‘inviável’ discussão sobre impeachment de Dilma

Em Belo Horizonte, vice-presidente elogiou depoimento de Eduardo Cunha na CPI da Petrobras e negou rompimento com PT
O vice-presidente Michel Temer - André Coelho/O Globo/ 2-3-2015
BELO HORIZONTE — O vice-presidente da República Michel Temer (PMDB) afirmou, nesta sexta-feira, em Belo Horizonte (MG), ser “impensável” e “inviável” discutir um suposto impeachment da presidente Dilma Rousseff. O peemedebista disse que as manifestações contra o governo marcadas para o próximo domingo são “legítimas”. Temer, no entanto, condenou possíveis atos de violência que possam ocorrer durante os protestos.
"As manifestações são legítimas. Não há coisa melhor para democracia do que manifestação, evidentemente manifestações pacíficas, que não agridam pessoas nem patrimônios. História de impeachment eu nem falo, porque é uma coisa absolutamente impensável, inviável, é uma quebra da institucionalidade que não é útil para o país. Se o país passa por uma dificuldade, você supera essa dificuldade, mas não pensa nessa hipótese", declarou o vice-presidente.
Temer elogiou o depoimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, na CPI da Petrobras, na última quinta-feira, e rechaçou a possibilidade de rompimento com o PT. Temer substituiu a petista em evento realizado em Belo Horizonte (MG) para apresentar balanço da campanha Justiça Pela Paz em Casa. Oficialmente, a presidente atribuiu o cancelamento à saúde da mãe, mas integrante do governo afirmou ao GLOBO que o motivo seria o temor de vaias e fortes manifestações.

Na quinta-feira, Cunha falou na CPI por aproximadamente uma hora, criticou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e afirmou ainda que existe uma tentativa do Planalto de jogar a crise para o Congresso. Questionado sobre o posicionamento do correligionário, Temer foi lacônico, mas não deixou de elogiá-lo.
"Ele (Eduardo Cunha) foi muito bem, uma coisa juridicamente muito competente. Ele pegou tema por tema de que foi acusado pela PGR (Procuradoria Geral da República) e buscou destruir esses argumentos" afirmou.
Temer ainda afastou a possibilidade de o PMDB romper com o PT e disse que é uma decisão que cabe apenas a Dilma conceder mais cargos ou não do governo ao PMDB. Apesar de descartar possibilidade de impeachment, o vice-presidente admitiu a crise institucional entre Planalto e Congresso.
"É uma relação institucional, é relação entre Executivo e Congresso, coincidentemente hoje dirigido por dois peemedebistas. Foi uma tensão institucional e acho que tem que ser resolvida. É resolvida com esse diálogo que está sendo feito e que será levado adiante", afirmou.
O peemedebista aproveitou diversas oportunidades para sinalizar que a concessão do governo feita ao PMDB para aprovar a Medida Provisória sobre a correção da tabela do Imposto de Renda deve ser a tônica daqui pra frente.
"Facilitará muitíssimo (a conversa entre Executivo e Legislativo após concessão do governo). Há alguns dias visitei o Congresso Nacional e declarei que Executivo não governa sozinho, governa com Congresso Nacional. Muitas vezes Executivo tem proposta e não é a proposta desejada pelo Congresso. Neste momento, você faz um ajustamento. A gente vai seguir nessa trilha. Ou seja, Congresso Nacional e Executivo governam juntos", afirmou Temer.
As informações são do site do O GLOBO

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