A reunião do Fórum Nacional dos Governadores, realizada, ontem, em Brasília, contou com a participação de 25 gestores estaduais. O encontro foi híbrido, tendo a participação presencial de apenas três governadores e 22 de forma remota, como o pernambucano Paulo Câmara (PSB). Da reunião, foi tirado que os governadores querem reunir-se com o presidente Bolsonaro, em busca de harmonia entre os Poderes, para estancar a crise. A intenção é "utilizar a força dos governadores que falam em nome da população (...) e levar essa fala dos 27 governadores para todos os Poderes constituídos no país", disse o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), anfitrião do encontro presencial.
Escalada de tensão
A reunião do Fórum aconteceu três dias depois da escalada de tensão entre os poderes se intensificar. A crise chegou ao ápice na última sexta, quando Bolsonaro encaminhou ao Senado o pedido de impeachment do ministro do STF, Alexandre de Moraes. O encontro dos gestores já estava previsto, mas o contexto político fez com que fosse incluída na pauta a conjuntura atual e a defesa da democracia.
Ao final do Fórum, chegou a ser anunciado que uma carta conjunta dos governadores seria divulgada. Mas os governadores Romeu Zema (Novo - MG), Carlos Moisés (PSL - SC) e Ronaldo Caiado (DEM - GO), aliados de Bolsonaro, vetaram o texto sobre o sistema eleitoral e a defesa do Estado de Direito.
Confronto com o presidente
Na reunião, João Doria (PSDB-SP) respondeu ao governador de Santa Catarina por ele ter resistido a adotar uma postura de confronto. "O que nós devemos fazer é defender a democracia, Moisés, e não silenciar diante das ameaças que estamos sofrendo constantemente", reagiu.Doria foi um dos defensores da elaboração de uma carta em repúdio às ações recentes de Bolsonaro. Mas, segundo relatos, uma parte dos presentes argumentou que a carta poderia acentuar o clima de acirramento institucional.
O governador do Piauí, Wellington Dias, afirmou, ao final da reunião do Fórum, que a reunião com o presidente da República tem a perspectiva de criar um "ambiente adequado". "Sair daqui com um pedido, um convite de uma agenda com o presidente Jair Bolsonaro. Nele vai estar colocado, por parte dos governadores, a defesa do diálogo . A perspectiva de criarmos um ambiente adequado, para evitar uma piora tanto na economia, como no impacto social. Isso acho que todos os estados compreendem, não só em relação a desvalorização do real, à inflação, à subida dos juros, ou seja, tudo isso que causa um forte impacto dentro do nosso País", disse o gestor. O pedido de agenda com Bolsonaro foi protocolado ontem.
Da redação | PE+ Notícias
Com informações da Folha de Pernmabuco
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