25 de dez. de 2012

Show ´Reflexões´ do “Rei” Roberto Carlos é nesta terça, dia de Natal.

A Louise Caroline disse que “Rei escolhido está liberado” então, sejamos súditos dele. E, “vida longa ao Rei!”



Tradição – Roberto não abriu mão de algumas canções no repertório, como “Emoções”, “Como é grande o meu amor por você” e “Detalhes

Taças, abajur, paredes e até garrafas d´água. É tudo azul no camarim cenográfico idealizado para Roberto Carlos. É ali, no cômodo erguido dentro do Citibank Hall, no Rio, que o cantor aparece em várias cenas de seu especial de fim de ano, “Reflexões”, no ar nesta terça, dia de Natal, após “Salve Jorge”. E é vestido de azul, às 17h45, que o rei chega para o segundo dia de gravações do programa, em 22 de novembro. Na noite anterior, uma quarta-feira, ele gravara os números musicais de seu tradicional show diante de uma plateia de mais de 300 pessoas, em sua maioria globais como Rodrigo Lombardi e Fátima Bernardes.

No volante de seu Lamborghini branco conversível, Roberto Carlos roda a abertura do especial na Urca, e é seguido por um câmera car

Mas o dia seguinte seria reservado principalmente para dramaturgia. Com blusa de malha dobrada nos braços, o inseparável medalhão que mantém no pescoço desde os tempos da Jovem Guarda, calça azul clara e uma pochete preta a tiracolo, Roberto aparece acompanhado do empresário Dody Sirena.

Dá “boa tarde” antes de seguir para o camarim verdadeiro (que não aparece no programa) branco, atrás do cenográfico. Enquanto o rei descansa, uma equipe de mais de 100 pessoas trabalha para que nada fique fora do lugar. São caixas com equipamentos eletrônicos, fios e instrumentos.

No roteiro, o cantor sai de casa, na Urca, dirigindo seu Lamborghini conversível e passa por pontos turísticos da cidade até chegar ao seu suposto camarim, no Projac. “Achamos que era o camarim ideal, um lugar que falasse da carreira dele, e que tivesse o que ele gosta. Fizemos a direção de arte para o azul, a cor preferida dele e a cor do Rio”, explica a cenógrafa May Martins, que criou o lugar com o produtor de arte Guga Feijó.

Parceria

Pela segunda vez à frente do projeto, o diretor Jayme Monjardim. A primeira foi no ano passado, em Jerusalém. Jayme diz que teve um “encontro de vida” com Roberto.

“Ele é cantor, minha mãe era cantora (Maysa) e sempre o admirei. Sabia que uma hora nos cruzaríamos. Temos uma relação muito boa até porque hoje não existe mais aquilo de só um ter razão em tudo. Um espetáculo desses é um casamento entre direção e artista”, garante o diretor.

Para decidir todos os detalhes do especial foram várias reuniões na casa do cantor. O cenário, inspirado na cidade maravilhosa, o rei aprovou através de uma maquete. O repertório musical demorou para ser escolhido, conta Jayme, explicando que canções clássicas como “Emoções” – que geralmente abre o show – , “Como é grande o meu amor por você” e “Detalhes” não podem ficar de fora.

Convidados especiais

As novidades, este ano, são “Esse cara Furdúncio”, ambas na trilha de “Salve Jorge”. E foi do próprio Roberto – muito “antenado” aos 71 anos, diz Jayme – a ideia de trazer cantores populares. Estão no palco Michel Teló (com quem cantou “Ai, se eu te pego” e “Meu querido, meu velho, meu amigo”); Arlindo Cruz ( “Meu lugar” e “O homem”); Seu Jorge ( “Amiga da minha mulher” e “As curvas da estrada de Santos”) e as Empreguetes.



Roberto Carlos gravou com as Empreguetes, Chayene e Socorro, da novela “Cheias de Charme”

“A palavra final é sempre dele. Ele não só aceita ideias novas como, muitas vezes, tem as sugestões mais ´tcham´. Não existe pesquisa, existe intuição. Quem não se emociona vendo Michel Teló chorando, cantando para o pai?”, diz o diretor.

O Rei também atua!

Já passa das 19h. Claudia Abreu, Taís Araújo, Leandra Leal, Isabelle Drummond e Titina Medeiros descem para o camarim para gravar a cena do encontro com o rei. A pedido do também diretor João Daniel Tikhomiroff, elas ensaiam com um dublê, de azul.

O ensaio é até as 20h10, quando Roberto surge em cena. Faz as marcações com o diretor e cumprimenta as meninas. Para o cantor, pode até ser mais difícil bancar o ator, mas Roberto parece à vontade. Roberto tem um texto sugerido e tem liberdade de fazer o que achar melhor. Titina encarna Socorro e pula no rei. “Você é fera, você é terrível, você é demais, Roberto”. Ele sorri. As outras cantoras entram e, na pele de seus personagens, brigam. “Eu tenho tanto para te falar, mas com palavras eu nem sei como dizer”, fala a Cida (Isabelle Drummond).

“São detalhes tão pequenos de nós dois”, diz a Chayene de Claudia. Ele se diverte com a situação. No roteiro, chama a trupe para dividir o palco com ele. Na edição, todos aparecem cantando juntos “É meu, é meu, é meu”, com direito até a beijo na boca da intrépida Chayene.

“Roberto está no jogo. É uma pessoa leve e sabe fazer a coisa fluir. Sei que estou realizando o sonho da mulherada do Brasil”, empolga-se Titina. Para Taís, estar com Roberto no palco pode ser definido em uma palavra: sonho. “Ele foi gentil e nos deixou à vontade. Antes do ensaio, nos chamou no camarim para conversar. Eu disse: ´Roberto, você não imagina a onda que estamos tirando´ “.

Precisão

Desta vez para o palco, que recria paisagens turísticas do Rio, como o Cristo, o Pão de Açúcar e a orla de Copa. Uma homenagem à cidade onde está há 50 anos. Na plateia, 270 jovens e 30 bailarinos dançam como se não houvesse amanhã. “Ajam como se estivessem em uma discoteca, dançando, pulando. Todo mundo animado, é o rei que vai passar”, ordena um dos produtores.

De terno branco da grife Ricardo Almeida, sua preferida, e blusa azul, a mesma roupa que usou no show de quarta-feira e no de 2011, ele entra mandando beijos para os figurantes. “Bicho, tenho que passar batido por todas essas belezas? Quero parar aqui meia hora”, brinca Robertão.

Memê pede aplausos. O som começa. Roberto entoa os primeiros versos de “Fera ferida”, agora em versão house. “Isso é só um ensaio pode ser que eu erre”, avisa.

De olhos fechados, confunde a letra. Pede mudanças. “Não estou acostumado a olhar para cima. Está ruim para mim, estou errando a letra toda. Cadê o teleprompter?”. No fim da música, ele larga o microfone e vai ao encontro de Memê no meio do palco. Os dois dançam. A galera vibra. “Roberto é um figura, adora uma piada. Tem o status do artista, mas é um cara normal, de sorriso aberto”, diz o DJ.

Já é madrugada quando a gravação termina. Mas isso não significa descanso. No dia seguinte, a equipe já está a postos para mais filmagens. Dessa vez, a primeira cena do especial, quando Roberto segue pela orla em seu conversível filmado por um camera car. No som, músicas que marcaram sua carreira perene.

Do Diário do Nordeste

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