12 de abr. de 2012

ABORTO: Maioria do Supremo apoia interromper gravidez de anencéfalos

O voto decisivo foi dado nesta quinta-feira (12)
pelo vice-presidente da Corte,
o Ministro Carlos Ayres Britto. 
 
O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou por volta das 14h30 a sessão que julga o direito da mulher de optar por interromper a gravidez de feto anencéfalo. O julgamento teve início nessa quarta-feira (11). O primeiro voto desta quinta foi do ministro Carlos Ayres Britto, vice-presidente da Corte, que foi a favor da também chamada antecipação terapêutica do parto.

O julgamento havia sido suspenso ontem, com cinco ministros favoráveis à interrupção da gravidez nesses casos e apenas um contra, Ricardo Lewandoski. Com a decisão de Carlos Ayres, a maioria dos ministros votou a favor. Até a proclamação do resultado pode haver mudança nas decisões. Três membros da mais alta corte do país ainda não se manifestaram sobre o assunto.

Depois do voto de Ayres Britto, falarão os ministros Gilmar Mendes, Celso de Mello e o presidente da Corte, Cézar Peluso, em seu último grande julgamento no cargo – ele será substituído pelo próprio Ayres Britto.

LEIA MAIS
» A polêmica da interrupção de gravidez em caso de fetos anencéfalos

Anencefalia

A anencefalia causada por um defeito no fechamento do tubo neural (estrutura que dá origem ao cérebro e à medula espinhal). Ela pode surgir entre o 21º e o 26º dia de gestação. O diagnóstico é feito no pré-natal, a partir de 12 semanas de gestação, inicialmente por meio de ultrassonografia. Entidades médicas afirmam que o Brasil tem aproximadamente um caso para cada 700 bebês nascidos.

A grande maioria das crianças que nascem sem cérebro morrem instantes depois. Além de carregar no útero um bebê fadado a viver possivelmente por alguns minutos, as mães ainda têm de lidar com a burocracia de registrar o nascimento e o óbito no mesmo dia. O advogado da CNTS na ação, Luis Roberto Barroso, classifica a gravidez de anencéfalos de “tortura com a mãe”.

Os críticos da interrupção de gravidez de anencéfalos citam um caso de 2008 em Patrocínio Paulista, interior de São Paulo. Marcela de Jesus Ferreira sobreviveu um ano e oito meses porque a ausência de cérebro não era total. Marco Aurélio disse em seu pronunciamento que o caso não era de anencefalia, conforme confirmado por especialistas.

De acordo com uma pesquisa do instituto Datafolha, em 2004 havia 67% de paulistanos favoráveis a interromper a gravidez de bebês com anencefalia.

Entenda a anencefalia e a merocrania, outro tipo de malformação

Na anencefalia, há a ausência da maior parte do cérebro e da calota craniana (parte superior e arredondada do crânio). Na merocrania, uma condição extremamente rara, há um defeito menos acentuado da caixa craniana e o resquício do cérebro é coberto por uma membrana. Ambas as anomalias são fatais, mas, no segundo caso, a sobrevida costuma ser maior. O tronco cerebral, quando bem formado, garante ao feto funções vitais como respiração e batimentos cardíacos

Fonte: NE10 / UOL



Um comentário:

  1. Lamentável. Prova que alguns seres humanos andam em círculos no cenário histórico. Estamos de volta à Esparta, quando matavam recém-nascidos considerados anormais. Tudo pelo materialismo e egoísmo. "O mal prevalece quando os bons se omitem." A espiritualidade não deve ser negligenciada.

    ResponderExcluir

.

.