25 de abr. de 2012

Médicos realizam paralisação nesta quarta



Só serão realizados atendimentos nas emergências, além de serviços de quimioterapia, hemodiálise e hemoterapia

Nesta quarta, os médicos cruzam os braços e não vão atender pacientes que haviam marcado consultas. A mobilização, que atinge todo o País, é contra as operadoras de planos de saúde que, há pelo menos 12 anos, não reajustam os valores pagos como honorários aos profissionais. Só serão realizados atendimentos nas emergências, além de serviços de quimioterapia, hemodiálise e hemoterapia. Consumidores precisam remarcar as consultas suspensas.

As operadoras na mira dos médicos são Amil (dona das empresas Medial, Saúde Excelsior e Grupo Saúde), América Saúde, Allianz, Bradesco, Golden Cross, Gama Saúde, Gead, Hapvida, Mediservice, Meridional Saúde, Notre Dame, Norclínicas/Intermédica, Real Saúde, Sulamérica e Unibanco. São empresas classificadas como de medicina de grupo. Em Pernambuco, elas concentram 45% do 1,6 milhão de usuários de planos.

Os médicos reivindicam a utilização da chamada Classificação Brasileira Hierarquizada de Honorários Médicos (CBHPM), com valores definidos em 2010. Pelo valor da tabela, a consulta médica custa R$ 60 e deverá chegar ao valor de R$ 80 no final do ano. Hoje a maioria das empresas utiliza tabelas próprias e paga entre R$ 42 e R$ 48 por uma consulta, incluindo a volta do paciente em até 30 dias.

Os valores baixos têm provocado o descredenciamento de um número cada vez maior de médicos. Não há estatísticas oficiais, mas sabe-se que esse movimento ganhou força nos últimos dois anos. Já se fala até em desligamentos "em massa" em algumas especialidades.

O ritmo de pedidos de desligamento tem sido tão intenso que livretos e informações na internet repassadas pelas operadoras sobre suas redes credenciadas estão defasadas. São comuns os casos de consumidores que penam para conseguir um médico que ainda esteja atendendo pelo seu plano, apesar do nome ainda constar no material oficial da operadora.

Os honorários defasados não são o único problema enfrentado pela classe médica na briga com os planos de saúde. Há queixas de que as empresas interferem diretamente no tratamento dos pacientes, indicando quais exames devem ser realizados, dispensando procedimentos recomendados pelo médico ou negando até a utilização de instrumentos mais caros em casos mais complexos. Tudo para não ter que gastar dinheiro.

Apesar de médicos e operadoras estarem em rota de colisão, o mercado de saúde privada cresce no País. Em 2011, a alta foi de aproximadamente 4%, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Fonte: JC On Line

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