24 de jan. de 2014

Ariano Suassuna é o homenageado do Galo

O Galo da Madrugada anunciou, na tarde desta quinta feira (23), o homenageado desta 37ª edição : o escritor, dramaturgo e romancista Ariano Suassuna. Com o tema “Frevo no Auto do Reino de Ariano”, o tradicional bloco carnavalesco desfila no Sábado de Zé Pereira (1º de março). O presidente da agremiação, Rômulo Meneses, conta que a ideia de homenagear Ariano não é recente. “Ano passado, André Galindo sugeriu a homenagem. A obra dele é de grande importância para a representatividade nordestina, dignos dessa lembrança que não é a primeira e, com certeza, não será a última”, explica.


Ariano é o homenageado deste ano (Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem)

Sobre o tema, Rômulo é incisivo: “Todo mundo esperava que iríamos direcionar para a Copa do Mundo como em anos anteriores. Mas, desta vez, preferimos partir para uma temática mais regional, mais nordestina. O Galo já fez desfiles com a temática de futebol duas vezes e, em ambas, o Brasil perdeu a competição. Eu também não quero pegar fama de pé frio”, brinca o presidente do bloco.

Emocionado, Ariano encarou a escolha como um elogio. “Fiquei muito grato pela homenagem, o Galo da Madrugada, hoje, se impõe como uma espécie de matriz do Carnaval de Pernambuco. Fazer parte disto é mais um motivo de orgulho para mim”, fala Ariano. “Eu já fui homenageado por escolas de samba em São Paulo e no Rio. Eu jamais iria rejeitar ser homenageado na minha terra”, completa, afirmando seu carinho pelo Estado, enquanto cidadão pernambucano.

Devido a fragilidade de sua saúde, agravada pelo recente aneurisma e infarto, no ano passado, Ariano pediu à presidência do bloco que facilite sua presença no desfile. “Se tiver condições, eu vou”, afirma, lembrando que precisa da autorização dos médicos para participar da festa. E complementa com bom humor: “Eu tenho fama de folião, mas como folião, eu sou uma desgraça”. 
 
(Foto: Diego Nigro/JC Imagem)

Ao todo, serão 30 trios elétricos, cada um com um artista local. “A principal atração da festa é o Galo, depois os cantores. A nossa proposta é valorizar os ritmos regionais, como frevo, maracatu, cavalo marinho, mas, cada um, pode convidar cantores de outros estados para participar. É uma forma de promover essa miscigenação de culturas. A ideia é enraizar o frevo em outras culturas. Essa é a filosofia do Galo”, explica Rômulo. O presidente afirma ainda que está em negociação com os puxadores dos trios e, em breve, deve anunciar a grade de artistas, mas adianta um nome: Antúlio Madureira, músico que integrou o Quinteto Armorial, surgido no contexto do movimento criado pro Suassuna.

O cenógrafo do Galo há quase 25 anos, Ary Nóbrega, elaborou carros alegóricos inspirados nos romances de Ariano. O abre-alas remete à temática circense, elemento recorrente na obra do escritor, seguido pelo carro Pedra do Reino, Carro da Cavalgada e, por fim, o Auto da Compadecida. “Como pai coruja que sou, não consigo eleger entre minhas obras, mas foram excelentes escolhas”, diz Ariano sobre a escolha do romances para os carros.

Camisa oficial do Galo traz motivos armoriais.

Além dos carros alegóricos, a produção preparou a camisa oficial e um CD com 20 canções em homenagem à obra do escritor. A camisa é uma fantasia idealizada por Francisco Câmara, estilista do Galo, baseada na arte Armorial. No álbum, participam nomes como André Rio, Luciano Magno, Dudu do Arcodeon, Almir Rouche, Fernando Azevedo, Som da Terra, Quinteto Violado, Josildo Sá e Maestro Forró.


Por Paulo Pereira
Com informações do blog Social 1

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