18 de nov. de 2014

Pai da vítima dos canibais discorda da pena dada pela Justiça de Pernambuco


Insatisfeito com a condenação do trio conhecido como "canibais de Garanhuns", o pai de Jéssica Camila da Silva Pereira, 17 anos, morta em 2008, esperava mais da Justiça. A pena dos condenados varia entre 19 e 21 anos de reclusão, mas para o pai da vítima foi muito branda. Emanuel de Araújo, 54 anos, disse que não perdoa os assassinos e quer, inclusive, que o sobrenome de Jorge, um dos "canibais", seja retirado judicialmente do nome da filha de Jéssica, sua neta.
» Entenda o caso

Na última sexta-feira (14), os réus Jorge Negromonte, Isabel Cristina e Bruna Cristina foram condenados pela Justiça de Pernambuco, pelos crimes de homicídio, vilipêndio (agressão ao cadáver) e ocultação do corpo. "Eu achei um absurdo esse julgamento. Esses 21 anos foram muito pouco. Eu não perdoo eles. Mataram a minha filha. Essa é uma ferida que não vai sarar nunca", desabafa Emanuel. O avô também queria ter ficado com a guarda da menina, mas a Justiça não autorizou por ele não ter condições financeiras suficientes. Atualmente, a criança vive com uma tia de segundo grau. Tanto o pai de Jéssica, como a tia da menina, assistiram o julgamento pela televisão para evitar o assédio da imprensa e da população no Fórum de Olinda.

Jéssica foi morta aos 17 anos, quando sua filha tinha apenas 1. Hoje, a criança já está com 8 anos e não consegue esquecer o crime que presenciou. A guarda da menina está com Cosma de Araújo, 65 anos. Agressividade e desobediência são características marcantes de V. T., apesar dela ir uma vez por semana para o psicólogo. Mesmo doente, Cosma insiste em criar a criança.

Em uma casa pequena e bem humilde, em Igarassu, na Grande Recife, a tia Cosma conta que batalha muito para garantir sustento e educação para a criança. As duas vivem sozinhas e já precisaram mudar de residência devido ao preconceito e as críticas que recebiam da comunidade e vizinhos. Na escola, os colegas da menina sabem de toda a história e também fazem bullying com a criança. Hoje a filha de Jéssica já sabe ler e escrever, mas sente receio em ir para a escola.

Ainda segundo a tia de Jéssica, ela sempre se comunicava com a sobrinha. "Nós sempre nos falávamos por telefone. Inclusive já desconfiava que tinha alguma coisa errada. Já pensava que tinham mesmo matado minha sobrinha. Mas ninguém acreditava em mim. Cheguei até a procurá-la no IML", lamenta a aposentada.

Fonte: NE10

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