25 de set. de 2014

Luciana Genro: Ocupe Estelita pautou necessidade de uma política habitacional para o país


De passagem pela primeira vez pela capital pernambucana desde o início da campanha eleitoral, a candidata à Presidência da República pelo PSol, Luciana Genro, realizou caminhada no fim da tarde desta quarta-feira (24) pela Rua da Imperatriz, no Centro. A ex-deputada federal afirmou que as ações promovidas pelo movimento Ocupe Estelita para impedir a construção de edifícios no Cais José Estelita pautaram a necessidade de discutir uma política habitacional mais inclusiva no Brasil.

Segundo Luciana, o caso ocorrido no Recife reafirmou a urgência de debater ações que incluam a maioria da população nos espaços públicos. "Recife pautou, através do movimento Ocupe Estelita, com muita força, o problema de uma política habitacional para o país e da especulação imobiliária, que vem fazendo com que as áreas centrais das cidades sejam destinadas exclusivamente para moradia dos ricos. Os pobres, as populações de baixa renda, acabam sendo cada vez mais expulsas para as áreas periféricas, onde não há serviços públicos de qualidade e transporte público de qualidade. É isso que nós queremos fazer na presidência da república, implementar uma política habitacional e uma política de cidade que seja inclusiva e democrática", ponderou.

A presidenciável também falou sobre a necessidade de uma mudança estrutural na política econômica do país e fez comentários sobre o caso específico do Nordeste, onde os problemas são potencializados pela mazelas trazidas pela seca. "Desde 2008 estamos diante de uma das secas mais graves que já atingiram a população da região. Ao mesmo tempo, as isenções de IPI promovidas pelo governo federal diminuíram o fundo de participação dos municípios, prejudicando a arrecadação das prefeituras. Nós precisamos que o governo federal tenha uma política tributária que taxe com mais força os bancos e os milionários e propicie uma melhor distribuição de renda, fortalecendo a arrecadação dos municípios para as prefeituras, como no caso do Nordeste, possam ter políticas que atendam os interesses da população. E no caso da seca, a construção das cisternas de placa para garantir o abastecimento de água o ano inteiro para as pessoas", explicou.

A candidata também fez duras críticas aos três principais adversários, Marina Silva (PSB), Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), a quem chamou de três irmãos siameses. Também bateu forte na bancada evangélica e prometeu lutar pelas minorias. "A nossa campanha é a única que tem um posicionamento claro, de classe. Esses três irmãos siameses representam o mesmo projeto, a mesma política econômica e a mesma política de balcão de negócios. Eles vão governar com balcão de negócios, nós vamos governar com o povo organizado e mobilizado. É com a mobilização popular que nós vamos enfrentar as bancadas fundamentalistas e aprovar o casamento civil igualitário e a criminalização da homofobia", prometeu.

Apesar das críticas a todos os oponentes, Luciana Genro centrou fogo na socialista Marina Silva. "A verdadeira nova política não é a dona Marina abraçada com o Alckimin e o PSDB. A verdadeira nova política é essa que nós fazemos aqui nas ruas, com a militância que não recebe um real. Está na rua por ideal. A Marina diz que vai governar com os melhores de cada partido. Isso significa que ela vai governar com o PT, com o PSDB, com o PMDB, com o DEM... Tem gente boa em tudo que é partido. A nossa visão é que a política não se divide entre bons e maus. A política tem lado. Ou se está do lado do agronegócio ou se está do lado dos sem-terra. Ou se está do lado de quem quer casa ou se está do lado das empreiteiras. Ou se está do lado dos banqueiros ou se está do lado do povo e a Marina está escolhendo o lado errado", salientou.


Fonte: Diario de Pernambuco

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