20 de fev. de 2013

Vídeo: Em PE, menino de 3 anos precisa de doador de medula para curar leucemia

A fila de espera para transplante em Pernambuco tem quase 1900 pessoas. Mesmo assim, famílias ainda resistem em doar órgãos de parentes falecidos.

A cada 100 famílias abordadas, apenas 45 autorizam a doação de órgãos de um parente morto, de acordo com a Central de Transplantes de Pernambuco. Esses dados mostram que muita gente ainda resiste em doar órgãos e, às vezes, não lembram que há muitas pessoas na fila de espera para ter a vida salva. Somente no estado, existem 1889 pessoas cadastradas em listas de espera de transplantes como mostrou reportagem no Bom Dia Pernambuco desta quarta-feira (20).

De acordo com a coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco, Noemy Gomes, é importante falar sobre o assunto para tranquilizar as famílias. "Existe uma grande necessidade de manter o corpo íntegro após a morte e há um receio de que o corpo fique mutilado após doação", conta a coordenadora. Ela explica que essa deformação não existe e há muito respeito na hora de recompor para o velório e enterro.

"Quando existe a retirada da córnea, uma prótese plástica é colocada no local do globo ocular. Na doação de órgãos, a cirurgia é grande, mas o falecido fica devidamente fechado e coberto com um curativo e as roupas. No caso da doação de pele, ela é retirada de áreas que não ficam expostas", afirma Noemy. Também é possível doar órgãos ainda em vida como os rins e pulmões, que são duplos; fígado, porque pode se regenerar; e medula óssea.

A força da alegria
Com três anos de idade, o pequeno Nelsinho precisou de sessões de quimioterapia por mais da metade de sua vida para vencer a Leucemia Linfoblástica Aguda, um tipo de câncer nas células brancas do sangue, responsáveis pela defesa do organismo. Ele e a mãe, Madriara Santos, moram em Caruaru, no Agreste, e viajam 130 quilômetros até o Recife a cada quinze dias para fazer quimioterapia. Agora, o corpo do garoto não responde tão bem aos tratamentos e ele precisa de doação de medula óssea. "Na família, ninguém foi compatível, nem pai nem mãe. Ele não tem irmãos consanguíneos. A chance de continuar a vida pode estar na medula dessa pessoa que for doar para o meu filho", diz Madriara.

Nelsinho, no entanto, não deixa de ser alegre e brincar o tempo inteiro. O estado de espírito ajuda a mãe a ter forças para lutar, com ele, pela cura. "Ele é uma criança muito positiva. Enfrentou problemas muito sérios, tratamentos difíceis, dolorosos demais. Houve momentos críticos e ele superou", diz Madriara. Ela conta que, um dia, ele ficou muito abalado por uma forte sessão de quimioterapia mas logo, logo abriu o sorriso novamente. "Assim que ele se recuperou, levantou a mão e comecou a dançar. Ele me dá muita força", afirma.

A médica explica que a situação dele é muito delicada. "Com a não-resposta e duas recaídas, a quimio hoje já não oferece a cura. As células doentes do sangue vão se tornando resistentes à medida que o tempo vai passando e ele vai recebendo remédios", explica a médica Adriana Morais. A família recebe apoio do Grupo de Ajuda à Criança com Câncer (GAC), onde atualmente outras 23 pessoas estão à espera da doação de medula óssea.

O Redome é o cadastro de candidatos à doação de medula óssea e o Rereme, de cadidatos à recepção. Quando uma pessoa do Rereme é compatível com outra do Redome, elas são convocadas para fazer testes mais específicos para confirmar a compatibilidade. No entanto, muitas pessoas desistem de fazer a doação quando são chamadas ao Hemope para realizar estes exames precisos. "É muito importante que as pessoas que estejam cadastradas no Redome saibam por que elas estão ali. São candidatas a doar para qualquer pessoa, em território nacional ou internacional", afirma a coordenadora Noemy Gomes.

Quem quiser maiores informações sobre como se cadastrar para ser doador, a Central de Transplantes pode tirar dúvidas através do telefone 0800.281.2185. É importante que a pessoa não desista.

Do G1 PE

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