DIREITOS HUMANOS: Dilma instala nesta quarta a Comissão da Verdade

Grupo terá a participação do advogado pernambucano José Paulo Cavalcanti Filho

Advogado falou sobre as expectativas sobre o trabalho do grupo

Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

Sob o argumento de que o Brasil não quer revanchismos, mas tem o direito de conhecer sua história, a presidente Dilma Rousseff instalará nesta quarta-feira a Comissão da Verdade, no Palácio do Planalto. Como um dos escolhidos para integrar o grupo - encarregado de apurar graves denúncias sobre as violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988, especialmente no período da ditatura militar, entre 1964 a 1985 -, o advogado José Paulo Cavalcanti Filho conversou com o JC nesta terça-feira (15) e falou das expectativas sobre o trabalho da comissão. 

"É muita responsabilidade. Primeiro eu disse que não gostaria, mas é uma coisa que não se recusa", afirmou.

O advogado foi recebido nesta terça-feira pelo governador Eduardo Campos (PSB). Nesta quarta, o socialista deve sancionar o projeto da Comissão Estadual da Memória e Verdade, cujo projeto foi votado na Assembleia Legislativa. A instalação da comissão deve acontecer até o final do mês.

José Paulo Cavalcanti Filho além de advogado é escritor e consultor da Unesco e do Banco Mundial. Foi ministro interino da Justiça e ex-secretário-geral do ministério da Justiça durante o governo de José Sarney. Foi presidente do Conselho de Administrativo de Defesa Econômica (Cade) entre 1985 e 1986.

O governo apoia a visão majoritária dos integrantes da Comissão, que defendem o foco das investigações em violações de direitos humanos praticadas por agentes do Estado na ditadura militar (1964-1985), mas não quer manifestar que tem lado nessa discussão.

“A verdade envolve tudo. A verdade deve ser buscada a qualquer preço”, resumiu o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, quando questionado se as investigações só valeriam para agentes de Estado. Os sete integrantes da Comissão da Verdade tomam posse hoje e a maioria tem perfil de esquerda. 

Ex-militante de organizações de extrema esquerda, Dilma não pretende interferir nos trabalhos da Comissão da Verdade.

Fonte: JC On Line