25 de jul. de 2013

Corintianos não devem mais nada, diz Bolívia



É preferível absolver culpado a culpar inocente, diz embaixador boliviano
Embaixador comentou previsão de liberação de corintianos presos.
Torcedores foram presos após morte de jovem em jogo da Libertadores.

O embaixador da Bolívia no Brasil, Jerjes Justiniano Talavera, disse nesta quinta-feira (25) que é “preferível absolver um culpado a condenar um inocente”, ao falar sobre a previsão de soltura dos cinco torcedores corintianos presos na Bolívia há quase cinco meses.

Os cinco torcedores presos na cidade boliviana de Oruro deverão permanecer detidos pelo menos até esta quinta-feira (25), segundo informou o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota. Na quarta, o ministro havia dito que os torcedores seriam liberados "nas próximas horas". Eles foram detidos após a morte do garoto Kevin Espada, de 14 anos, no jogo entre Corinthians e São José pela Taça Libertadores, em fevereiro. Kevin estava na arquibancada, foi atingido por um sinalizador e não resistiu aos ferimentos

“Há um princípio em direito que se aplica em todas as normais universais, que tem a ver com o direito à vida e à liberdade individual que diz: ‘é preferível absolver um culpado que condenar um inocente’”, afirmou o Talavera em entrevista na Embaixada da Bolívia em Brasília.

Jerjes Talavera disse não ter informações detalhadas à respeito do retorno dos brasileiros, mas afirmou que os corintianos não “devem mais nada à Justiça boliviana”. Segundo o embaixador, a investigação não conseguiu concluir o culpado pelo disparo.

“O processo de investigação não pôde determinar, identificar qual foi a mão que disparou o foguete. Não se pôde identificar”, disse. “Com este princípio, foi determinada a liberdade dos cinco presos uma vez que não existem suficientes indícios de culpabilidade”.

De acordo com o embaixador, a investigação do caso não será encerrada após o retorno dos torcedores ao Brasil. “Vamos continuar o processo de investigação, porque a Bolívia deve buscar uma maneira de como determinar [o culpado]. Os familiares do menino morto também estão exigindo que a Justiça siga atuando e a Justiça boliviana vai continuar o processo de investigação”, declarou.

A Justiça continuará investigando o jovem de 17 anos que confessou ter efetuado o disparo, segundo o Talavera. Um promotor já colheu depoimento do menor. “Há um jovem que se declarou culpado no Brasil, em São Paulo. O promotor que está a cargo da investigação veio a São Paulo, colheu depoimento e se está processando essa informação. O caso não está fechado, o processo de investigação continua”, disse.

Na quarta, o Ministério da Justiça anunciou um acordo entre a defesa dos torcedores e a Justiça boliviana para liberar os corintianos. O time brasileiro ofereceu o pagamento de US$ 50 mil à família como indenização. A negociação foi viabilizada pela Defensoria Pública da União e pelo Ministério Público do Distrito de Oruro.

No dia 9 de junho, desembarcaram em São Paulo os outros sete corintianos que também estavam presos na Bolívia pelo mesmo motivo.

Priscilla MendesDo G1, em Brasília

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